
Hoje queria e só queria uma música, mas não uma música qualquer, queria uma música que não tivesse sido feita pra ouvir com o aparelho auditivo, queria uma música que me levasse pra longe de tudo que me deprime, pra longe de todas as preocupações, das angustias, das duvidas, das magoas, queria uma música pra ser ouvida e sentida com o coração, vislumbrada com os olhos e que embalasse o corpo, queria algo que me levasse pra uma viagem cheia de planos e sonhos, de conquistas, por que só lutar não faz tanto sentido se não alcançamos algumas pequenas vitórias no caminho.
Queria algo que me fizesse entender o por que das pessoas dizerem algo diferente do que sentem, o por que das coisas não se ajeitarem mesmo quando a gente faz por merecer, queria algo que mostrasse o real sentido de tudo, queria algo que mostrasse que vale a pena ainda lutar, que desistir não pode ser cogitado como hipótese, queria ouvir algo que me tornasse mais completo, melhor, menos humano, mais capaz, mais merecedor, queria algo que me mostrasse como me aproximar de algo que eu sei que é impossível, queria me tornar mais perfeito e menos falho, queria ao menos algo que me dissesse como não falhar com ninguém.
Que nada, eu sei que essa música não existe, na real acredito que ela há de ser tocada um dia, mas também creio que as trombetas dos anjos só toquem pra alguém quando já não há mais tempo, ainda tento acreditar e sigo compondo com meus próprios versos o que eu acredito ser a minha música, algo só meu mas que quem se aproxima tem a oportunidade de ouvir, não abaixo o volume quando alguém se aproxima, mas guardo os melhores acordes para aqueles que se mostram merecedores dos mesmo, não é que esteja me poupando, mas sim guardando o melhor pra quem me dá o melhor de si, cada pessoa é uma palavra nova, uma frase a mais.
Sigo escrevendo, errando e refazendo, mas sigo, dando sempre o ultimo gás, até o limite possível e imaginável, dando o meu melhor.